sexta-feira, 4 de maio de 2007

A TeleIlusão

Não muito recentemente, em meados do ano passado (2006) foi realizada uma campanha que tinha como objetivo fazer com que a população não assistisse televisão por um período de uma hora em um determinado domingo, não sei quanto à divulgação da campanha a nível de mídia, mas nas paróquias municipais obtivemos um resultado muito bom.

Essa campanha visava prioritariamente mostrar à mídia a força da população em geral, visto que em “horários nobres”, como assim são chamados, nossas casas são inundadas por informações fúteis e imprestáveis, que além de não agregar absolutamente nada em se tratando de cultura, ainda coloca mulheres seminuas dançando para assim conseguir um nível maior de audiência, já que a população e a cultura têm sentido secundário de importância sendo trocados por meros pontos para ultrapassar outras emissoras em uma concorrência sem fim e muito menos significante que só gera danos à sociedade em geral.

Hoje crianças de sete anos de idade assistem desenhos que têm como enredo principal uma disputa sangrenta de poderes em busca, de certa forma, de dominar o mundo, sendo bem ou mal a disputa existe e é mostrada de forma a não restar dúvidas de que isso é certo, nossas crianças crescem com uma mentalidade violenta e egoísta, onde ganhar é mais importante do que aprender ou ajudar.

Em novelas, como de emissoras famosas, são retratados fatos fictícios que de tão perfeitos distorcem a realidade de tal forma que os fatos reais parecem fictícios e os fictícios são interpretados como reais. Exemplo disso é o que acontece diariamente na TV, em programas de noticiário ou informativos, quando se fala: ”Morreram no Rio 11 pessoas vítimas de balas perdidas”, a importância só é dada momentaneamente, em contrapartida, quando alguma personagem da novela morre vira assunto da semana ou do mês, sendo assim mais importante do que a morte de apenas 11 inocentes, quem mandou eles passarem ali no momento do acidente, a culpa é deles do assaltante ter fugido e numa troca de tiros eles terem morrido, isso pode ser explicado já que as personagens da novela nós conhecemos e as onze pessoas não. Afinal são somente onze famílias que perderam entes queridos, pessoas como nós, elas não aparecem no jornal, não aparecem na TV, quem liga, mas o rapaz da novela não merecia ter morrido ele ia casar com a moça bonita e simpática, quem deveria morrer é o vilão da história, sendo que na história real os vilões muitas vezes somos nós.

Gostando ou não, nós somos culpados por isso também, nós somos o público, nós consumimos os produtos apresentados pela mídia, nós quem optamos em digeri-los ou não, com o perdão da metáfora, escolher uma programação adequada depende prioritariamente de nós que no papel de consumidores devemos exigir melhor qualidade de programação em nossas casas, somente assim podemos começar a sonhar com um país melhor.
Imagem adaptada, tirada do site: Ellerni [ http://www.ellerni.org/drupal/?q=node/view/434 ]
Opinem e mostrem seus pontos de vista sobre o assunto, concordâncias e discordâncias farão nosso texto enriquecer-se mais e nos torna mais humanos, já que nossa maior qualidade está em raciocinar.

Nenhum comentário: